sábado, 16 de fevereiro de 2008

O livro dos donos de cachorros


Demorei pra começar a ler o livro Marley & Eu só porque alguém acabou me falando que o cachorro morria no final. Aquela típica coisinha de gente que não sabe ver um filme (ou ler o livro, no caso) sem ir contando devagarinho as partes mais emocionantes ou mais importantes. - igualzinho to fazendo agora! :P - . Mas passei por cima dos meus medos (achei que não ía terminar de ler o livro, porque não aguentaria sofrer junto com os donos, vai saber, coisa de maluca mesmo) e devorei o livro. Lindo, fofo, com uma narrativa muito agradável (Jonh Grogan é jornalista, colunista do Philadelphia Inquirer, um jornal bem popular na Pensilvânea, e soube colocar o dia-a-dia da sua família com aquele labrador desastrado como se fizessemos parte também de seu clã - que incluía, além de seus dois filhos, uma filha e a esposa, alguns sapos, grilos e muitas plantas criadas com produtos orgânicos).

Acho que o que mais "prende" no livro é o fato de um cotidiano completamente normal, que qualquer dono de cachorro, seja lá qual for a raça, vai certamente se identificar. Meu caso escritinho.

Cachorreira assumida, me derreti em lágrimas em muitos capítulos do livro, não pude deixar de lembrar do início do convívio com cada filhote que passou (e permanecem) na minha vida. Lembro de quando o Porthus era pequeno (um rotweiler louco de sacana), no primeiro dia lá em casa nós o colocamos num banheiro no segundo andar da casa, o fechamos lá para que se ele se acostumasse a dormir sozinho. Não podíamos o colocar no pátio porque já tinhamos o Athus (outro rotweiler fofo, só que já adulto). O Porthus, então, fez aquele escândalo, chorou, berrou e cagou TODO o banheiro. Lembrei, também, da primeira vez que o Alfredo dormiu na casa dos meus pais - apresento o Alfredo a seguir - meu pai o colocou pra dormir em seu lado, no chão, e teve que dormir com a mão caída pra fora da cama a noite toda, porque o cachorro era tão pequeno e medroso que se enroscou como uma bolinha na palma da mão do pai e só então parou de berrar e adormeceu.

É assim, o livro, através dos causos de Marley (eu adorei o nome, dado em homenagem ao Rei Bob, cujas músicas eram a trilha sonora do amor do jovem casal Jonh e Jeni antes de adotar o labrador), um retrospecto de maravilhosos momentos simples que passamos em nosso dia-a-dia, com nossos animais de estimação, mas que sem perceber, passam.

Depois da leitura do livro, prometi que tentaria não deixar mais passar sem fixar na memória ou degustar cada segundo. Por isso a foto: agora apresento Alfredo, meu Yorkshire Terrier, que fica ao lado do meu computador enquanto fuxico o ciberespaço. Não pude resistir ao click - me sentei aqui, nesta tarde de sábado justamente para escrever sobre "Marley & Eu" e o cão me olha com essa cara, idêntica ao livro atrás dele. Fofo da mamãe!!

Bem, outro destaque do livro, que a mim coube perceber, é para os pombinhos rescém casados, que estão começando uma vida a dois mais madura, virando gente grande e que passam por aquela pressão familiar, social, dos amigos e de todo mundo em definir quando vem o herdeiro. O treino com o cachorro é realmente legal, mas o relato de Grogan foi muito realista, emocionante, e possível. Aprendi bastante, logo no início do livro.

Bem, aquilo que eu temia, a morte do Marley, me fez pensar em aproveitar melhor a vida, acho que era esse o objetivo do autor. Eu queria realmente que aquele cachorro vivesse pra sempre, queria que meus cachorros vivessem pra sempre, mas putz, a gente é egoísta pra ..., né. Tudo bem, nos últimos capítulos foi aquele surto de empolgação, perdi o sono e tive que acabar a leitura naquele dia mesmo. Resultado: fui dormir 2:30 da manhã, com os olhos ardendo de tanto chorar, acordei com a cara inchada, os olhos de quem traçou um bomba a noite toda. E que bomba! Sorte que a sexta-feira passou rápido!

É isso, aconselhei todos os meus amigos, donos do cachorros a ler o livro. já estou no aquardo da produção cinematográfica do texto agora, anciosamente...